BEIJA FLOR

 

Beija-flor


Trochiliformes
Ilustração presente no livro Kunstformen der Natur
Ilustração presente no livro Kunstformen der Natur
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Trochiliformes
Apodiformes
Família: Trochilidae
Vigors, 1825
Géneros
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Trochiliformes é uma ordem de aves que inclui apenas a família Trochilidae e respectivos 108 gêneros, onde se classificam as 322 espécies conhecidas de beija-florcuitelo ou colibri. No Brasil, alguns gêneros recebem outros nomes, como os rabos-brancos do gênero Phaethornis, ou os bicos-retos, do gênero Heliomaster. No antigo sistema classificativo, a família Trochilidae integrava a ordem Apodiformes, juntamente com os andorinhões. Entre as características distintivas do grupo contam-se o bico alongado, a alimentação à base de néctar, 8 pares de costelas, 14 a 15 vértebras cervicais, plumagem iridescente e uma língua extensível e bifurcada.

O grupo é originário das Américas e ocorre desde o Alasca a Norte à Terra do Fogo, no extremo Sul do continente, numa grande variedade de habitats. A maioria das espécies é tropical a subtropical e vive entre as latitudes 10ºN e 25ºS. A maior biodiversidade do grupo encontra-se noBrasil e Equador que contam cerca de metade das espécies conhecidas de beija-flor. Os troquilídeos estão ausentes do Velho Mundo, onde o seu nicho ecológico é preenchido pela família Nectariniidae (Passeriformes).

Características físicas

Os beija-flores são aves de pequeno porte, que medem em média 6 a 12 cm de comprimento e pesam 2 a 6 gramas. O bico é normalmente longo, mas o formato preciso varia bastante com a espécie e está adaptado ao formato da flor que constitui a base da alimentação de cada tipo de beija-flor. Uma característica comum é a língua bifurcada e extensível, usada para extrair o néctar das flores.

O esqueleto e constituição muscular dos beija-flores estão adaptados de forma a permitir um vôo rápido e extremamente ágil. São as únicas aves capazes de voar em marcha-ré e de permanecer imóveis no ar. O batimento das asas é muito rápido e as espécies menores podem bater as asas 70 a 80 vezes por segundo. Em contraste, as patas dos beija-flores são pequenas demais para a ave caminhar sobre o solo. As fêmeas são em geral maiores que os machos, mas apresentam coloração menos intensa.Vivem em média 12 anos e seu tempo de gestação é de 13 á 15 dias.

Reprodução e comportamento

Espécime brasileira de beija-flor em seu ninho.

Tal como a maioria das aves, o sentido do olfato não está muito desenvolvido nos beija-flores; a visão, no entanto, é muito apurada. Para além de poderem identificar cores, os beija-flores são dos poucos vertebrados capazes de detectar cores no espectro ultravioleta.

A alimentação dos beija-flores é baseada em néctar (cerca de 90%) e artrópodes, em particular moscas, aranhas e formigas. Os beija-flores são poligâmicos.

Espécime brasileira de beija-flor.

Aproveitando a grande necessidade que os beija-flores têm de um alimento energético de rápida utilização, como o néctar, que contémcarbohidratos em concentração variável em torno de 15 a 25%, é possível atraí-los para fontes artificiais de soluções açucaradas, os chamados "bebedouros" para beija-flores. Trata-se de recipientes com corolas artificiais onde é colocada uma solução açucarada cuja concentração recomendada é de 20%. Uma crença, que tudo indica foi iniciada a partir de uma publicação de autoria do naturalista Augusto Ruschi, diz que o uso desses bebedouros pode ocasionar doenças nessas aves, podendo até matá-las. Porém não há, na literatura ornitológica, nenhum trabalho científico comprovando isto. Essa crença tornou-se extremamente difundida na população.A doença à qual Ruschi se referiu seria acandidíase, infecção oportunista causada pelo fungo Candida albicans, que acometeria a boca dos beija-flores. É possível que esse autor tenha de fato observado essa doença em seus beija-flores, mantidos em viveiros, pelo fato de se encontrarem imuno-deprimidos pelas próprias condições do cativeiro. De qualquer forma, é aconselhável que todos que forem se utilizar desse artifício para atração de beija-flores para seus jardins, sacadas, etc, que procedam à limpeza diária dos bebedouros e troca da solução açucarada preparada sempre com açúcar comum, evitando utilizar mel, açúcar mascavo e outros preparados, com maior facilidade de fermentação.

Conservação

Duas espécies de beija-flor extinguiram-se no passado recente: esmeralda-de-Brace (Chlorostilbon bracei) e esmeralda-de-Gould (Chlorostilbon elegans). Das 322 espécies conhecidas, aIUCN lista 9 como em perigo crítico de extinção, 11 como em perigo e outras 9 como vulneráveis. As maiores ameaças à preservação do grupo são a destruição, degradação e fragmentação de habitats.

Referências culturais

Foto aerea da imagem de beija-flor de das linhas de Nazca no Peru

Os beija-flores estão representados:

  • No brasão de armas e na moeda de 1 cêntimo de Trinidade e Tobago.
  • Nas linhas de Nazca.
  • Na cédula de R$ 1,00.
  • No símbolo da Prefeitura Municipal de Betim, Minas Gerais.
  • Na música Cuitelinho, do folclore popular de Minas Gerais.
  • Na música brasileira Ai que Saudade D'ocê.

Classificação

Amazilia fimbriata.jpg

  • Família Trochilidae Vigors, 1825
    • Subfamília Phaethornithidae Jardine, 1833
      • Gênero Ramphodon Lesson, 1830
      • Gênero Eutoxeres Reichenbach, 1849
      • Gênero Glaucis Boie, 1831
      • Gênero Threnetes Gould, 1852
      • Gênero Anopetia Simon, 1918
      • Gênero Phaethornis Swainson, 1827
    • Subfamília Trochilinae Vigors, 1825
      • Gênero Androdon Gould, 1863
      • Gênero Doryfera Gould, 1847
      • Gênero Phaeochroa Gould, 1861
      • Gênero Campylopterus Swainson, 1827
      • Gênero Aphantochroa Gould, 1853
      • Gênero Eupetomena Gould, 1853
      • Gênero Florisuga Bonaparte, 1850
      • Gênero Melanotrochilus Deslongchamps, 1879
      • Gênero Colibri Spix, 1824
      • Gênero Anthracothorax Boie, 1831
      • Gênero Topaza G. R. Gray, 1840
      • Gênero Eulampis Boie, 1831
      • Gênero Chrysolampis Boie, 1831
      • Gênero Orthorhyncus Lacépède, 1799
      • Gênero Klais Reichenbach, 1854
      • Gênero Stephanoxis Simon, 1897
      • Gênero Abeillia Bonaparte, 1850
      • Gênero Lophornis Lesson, 1829
      • Gênero Discosura Bonaparte, 1850
      • Gênero Trochilus Linnaeus, 1758
      • Gênero Chlorostilbon Gould, 1853
      • Gênero Panterpe Cabanis e Heine, 1860
      • Gênero Elvira Mulsant, J. Verreaux e E. Verreaux, 1866
      • Gênero Eupherusa Gould, 1857
      • Gênero Goethalsia Nelson, 1912
      • Gênero Goldmania Nelson, 1911
      • Gênero Cynanthus Swainson, 1827
      • Gênero Cyanophaia Reichenbach, 1854
      • Gênero Thalurania Gould, 1848
      • Gênero Damophila Reichenbach, 1854
      • Gênero Lepidopyga Reichenbach, 1855
      • Gênero Hylocharis Boie, 1831
      • Gênero Chrysuronia Bonaparte, 1850
      • Gênero Leucochloris Reichenbach, 1854
      • Gênero Polytmus Brisson, 1760
      • Gênero Leucippus Bonaparte, 1850
      • Gênero Taphrospilus Simon, 1910
      • Gênero Amazilia Lesson, 1843
      • Gênero Microchera Gould, 1858
      • Gênero Anthocephala Cabanis e Heine, 1860
      • Gênero Chalybura Reichenbach, 1854
      • Gênero Lampornis Swainson, 1827
      • Gênero Basilinna Boie, 1831
      • Gênero Lamprolaima Reichenbach, 1854
      • Gênero Adelomyia Bonaparte, 1854
      • Gênero Phlogophilus Gould, 1860
      • Gênero Clytolaema Gould, 1853
      • Gênero Heliodoxa Gould, 1850
      • Gênero Eugenes Gould, 1856
      • Gênero Hylonympha Gould, 1873
      • Gênero Sternoclyta Gould, 1858
      • Gênero Urochroa Gould, 1856
      • Gênero Boissonneaua Reichenbach, 1854
      • Gênero Aglaeactis Gould, 1848
      • Gênero Oreotrochilus Gould, 1847
      • Gênero Lafresnaya Bonaparte, 1850
      • Gênero Coeligena Lesson, 1833
      • Gênero Ensifera Lesson, 1843
      • Gênero Pterophanes Gould, 1849
      • Gênero Patagona G. R. Gray, 1840
      • Gênero Sephanoides G. R. Gray, 1840
      • Gênero Heliangelus Gould, 1848
      • Gênero Eriocnemis Reichenbach, 1849
      • Gênero Haplophaedia Simon, 1918
      • Gênero Urosticte Gould, 1853
      • Gênero Ocreatus Gould, 1846
      • Gênero Lesbia Lesson, 1833
      • Gênero Sappho Reichenbach, 1849
      • Gênero Polyonymus Heine, 1863
      • Gênero Ramphomicron Bonaparte, 1850
      • Gênero Oreonympha Gould, 1869
      • Gênero Oxypogon Gould, 1848
      • Gênero Metallura Gould, 1847
      • Gênero Chalcostigma Reichenbach, 1854
      • Gênero Opisthoprora Cabanis e Heine, 1860
      • Gênero Taphrolesbia Simon, 1918
      • Gênero Aglaiocercus Zimmer, 1930
      • Gênero Augastes Gould, 1849
      • Gênero Schistes Gould, 1851
      • Gênero Heliothryx Boie, 1831
      • Gênero Heliactin Boie, 1831
      • Gênero Loddigesia Bonaparte, 1850
      • Gênero Heliomaster Bonaparte, 1850
      • Gênero Rhodopis Reichenbach, 1854
      • Gênero Thaumastura Bonaparte, 1850
      • Gênero Tilmatura Reichenbach, 1854
      • Gênero Doricha Reichenbach, 1854
      • Gênero Calliphlox Boie, 1831
      • Gênero Microstilbon Todd, 1913
      • Gênero Calothorax G. R. Gray, 1840
      • Gênero Mellisuga Brisson, 1760
      • Gênero Archilochus Reichenbach, 1854
      • Gênero Calypte Gould, 1856
      • Gênero Atthis Reichenbach, 1854
      • Gênero Myrtis Reichenbach, 1854
      • Gênero Eulidia Mulsant, 1876
      • Gênero Myrmia Mulsant, 1876
      • Gênero Chaetocercus G. R. Gray, 1855
      • Gênero Selasphorus Swainson, 1832
      • Gênero Stellula Gould, 1861